Aproximações entre Promoção da Saúde, Educação Popular em Saúde, Educomunicação e Literacia em Saúde: Costurando linhas do tempo

Autores:

Marco Akerman, Adriana Miranda de Castro, Cristina Almeida Santos, Pedro José Santos Carneiro Cruz, Noelia Rodrigues Pereira Rego, Frederico Peres

No Brasil, os estudos e as práticas em torno do conceito de literacia em saúde são recentes e vinculados à aplicação de instrumentos validados internacionalmente para a mensuração de habilidades e competências em diferentes grupos da população.

Observa-se nestas perspectivas uma ênfase mais conservadora na adoção de práticas alfabetizadoras em saúde. O presente artigo explora possibilidades de um modelo brasileiro de Literacia em Saúde levando em conta o acúmulo da comunidade brasileira em Saúde Coletiva em Promoção da Saúde, Educação Popular e Educomunicação ao traçar e articular linhas do tempo destas quatro áreas de conhecimentos e práticas. A partir da tessitura dessas articulações, busca assinalar os principais marcos históricos, acadêmicos e políticos, nacionais e internacionais, de cada uma dessas áreas, dentro de um período determinado (1970-2023), tendo como pano de fundo quatro conjunturas políticas: “governos militares”, “redemocratização e neoliberalismo”, “governos progressistas” e “conservadorismo”. A partir da identificação destes importantes marcos nacionais e internacionais e as confluências entre os campos da Promoção de Saúde, da Educação Popular em Saúde e da Educomunicação, apontamos a possibilidade de um modelo brasileiro para a promoção da literacia em saúde que rompa com a perspectiva normativa e diretiva da Health Literacy.