Equipe
Maria Cristina Franceschini, Elisabete Agrela de Andrade, Rosilda Mendes, Marco Akerman, Douglas Roque Andrade, Fatima Madalena de Campos Lico
Período
Abril – emcurso
Resumo
Analisam-se materiais postados na internet e mídia social após o primeiro caso de morte por COVID-19 e que são relacionados com promoção da saúde e COVID-19 com o objetivo de orientar a resposta da sociedade à pandemia. A análise considera dois fatores: a falta de governança da pandemia pelo governo brasileiro e a infodemia. Há um uso complexo de informação científica com recomendações que enfocam no que as pessoas deveriam fazer (intervenções) e na transformação de comportamentos individuais com base em um modelo ideal de comportamentos saudáveis. Reforçaram-se narrativas voltadas para delegar à população e grupos sociais específicos, a tarefa de cuidar-se, removendo do Estado a responsabilidade de oferecer condições para que a população enfrente a situação. Existe uma sofisticação de estratégias para culpabilizar práticas individuais e de organização pessoal que são desconectadas do coletivo, particularmente para aqueles que vivem em situações de extrema vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, surgem discursos baseados em lógicas de solidariedade e renovação de conexões sociais, que são empoderadoras e consistentes com a prática de promoção da saúde pois atribuem significados aos sujeitos e suas formas de vida. Consideramos que, a principal ação da promoção da saúde nesse momento é política e deve ser direcionada a reafirmar os princípios da promoção da saúde, apoiando uma mobilização permanente contra os revezes na esfera pública e para a defesa de uma nova visão de sociedade que seja democrática, inclusiva e coletiva.