O evento reuniu participantes de diversas regiões do mundo e promoveu debates sobre os principais desafios contemporâneos para a promoção da saúde. Segundo o professor Akerman, a conferência se destacou por promover maior equidade e diversidade regional, especialmente com a expressiva presença de pesquisadores africanos e asiáticos. “Foi a maior delegação africana já vista em congressos da UIPES”, destacou.
Como uma das lideranças da organização científica do congresso, Akerman coordenou o processo participativo de construção da chamada Abu Dhabi Statement on Health Promotion and Well-Being, um documento político que expressa os consensos e compromissos da comunidade internacional frente às crises sanitárias, sociais, ecológicas e econômicas da atualidade. A versão final do documento está em elaboração e será oficializada pela IUHPE em parceria com autoridades locais, após consulta à força-tarefa científica da conferência.
Entre os temas mais discutidos estiveram: literacia em saúde, bem-estar, escolas promotoras da saúde, saúde digital, saúde ambiental e estilos de vida saudáveis. O evento também incorporou de forma inovadora o conceito de “polycrisis” — referindo-se à sobreposição de crises como mudanças climáticas, desigualdades, exploração colonial e traumas sanitários — como pano de fundo para a necessidade de uma mudança radical nas formas de promover saúde no mundo.
Ao refletir sobre a atividade central da conferência, as plenárias, o professor Akerman destacou que o ponto positivo foi o estímulo à diversidade e inclusão, presente devido à pluralidade dos palestrantes, mas pontuou que alguns “vinham de universidades e centros de pesquisa não muito familiarizados com o debate global da promoção da saúde, e apenas quatro dos nove key-speakers estiveram em sintonia com a agenda da Promoção da Saúde que o GT da Abrasco desenvolve no Brasil”.